A segunda fase do Open Banking começou. Após ter sido adiada em julho, a partir de hoje (13 de agosto), os clientes poderão solicitar o compartilhamento de dados cadastrais e informações sobre transações e serviços contratados em instituições financeiras.
Por ser a plataforma pioneira de Open Banking no Brasil, a Quanto serviu como fonte de informação para alguns dos veículos de comunicação mais importantes do país. Nossos especialistas falaram sobre questões como infraestrutura de segurança, gestão de consentimento e benefícios para os consumidores.
Apesar de o mercado considerar o novo sistema seguro, especialistas afirmam que o consumidor precisa ficar atento às plataformas que acessa —se são, de fato, do banco com o qual tem relacionamento, por exemplo— e tomar cuidado com ataques e fraudes feitos por meio de engenharia social (quando criminosos manipulam a vítima para que passe informações confidenciais).
De acordo com Ricardo Taveira, fundador e CEO da Quanto, o Open Banking usará todos os mecanismos de segurança já disponíveis no sistema financeiro –como biometria facial e digital, tokens e senhas de segurança. “A grande preparação tecnológica por parte das instituições foi a de construir uma infraestrutura confiável. Houve muito esforço na abertura e na transmissão dos dados por parte dos bancos e instituições financeiras autorizadas”, afirmou Taveira.
De acordo com o Banco Central, o compartilhamento das informações só poderá ser feito com a autorização do cliente e se for informada a finalidade e o prazo de uso dos dados. O usuário também tem direito de cancelar esse consentimento a qualquer momento e em qualquer instituição financeira pela internet.
"O Open Banking devolve o controle de dados pro usuário final. A regra que rege tudo é o consentimento", afirmou Victoria Amato, Diretora de Negócios da Quanto. O cliente que aceitar alguma sugestão, precisará autorizar o compartilhamento de seus dados com a instituição parceira.
Exemplo do fluxo do Open Banking

O principal benefício para o consumidor, segundo o BC, será "receber ofertas de produtos e serviços mais adequados ao seu perfil, a custos mais acessíveis e de forma mais ágil e segura". A partir dessa novidade, também poderão surgir soluções mais personalizadas de gestão e aconselhamento sobre finanças pessoais, por exemplo.
"Este será o primeiro contato da população com o Open Banking. A vantagem é que o consumidor conseguirá centralizar seus dados para utilizá-los da melhor maneira, e, assim conseguir crédito e investimento melhores ou um produto bancário mais atrativo", diz Gustavo Bresler, Gerente de Estratégia da Quanto. "Num primeiro momento, deverá haver um maior acesso a crédito, que é um dos produtos que já está mais digitalizado. Mais para frente, à medida em que os modelos de análise de risco passem a contemplar os dados, diferenciando os bons dos mal pagadores, esse crédito deverá ficar mais barato."
"Todo aquele histórico financeiro que você criou com o seu banco, você consegue compartilhar com outras instituições financeiras. Um dos maiores exemplos é quando você faz um novo cartão de crédito que te oferece um limite mais baixo do que a do seu primeiro banco. Com o Open Banking, isso se torna mais assertivo".
Segundo Bresler, o acesso ao crédito será facilitado — e, em um futuro próximo, as taxas de juros podem ser reduzidas. "Quando outras instituições têm acesso às suas finanças e de forma confiável, isso será ofertado de forma justa. Hoje as empresas consideram em qual grupo você se adequa. Com o Open Banking, isso se torna mais individual. À medida que o crédito fica mais justo, ele fica mais barato para os bons pagadores", diz.