Em resumo, com o iniciador de pagamento será possível fazer um Pix sem precisar acessar o aplicativo do seu banco. Mas, antes, vamos ao contexto. O Banco Central lançou o Pix em novembro de 2020 e, hoje, ele já é uma das formas preferidas de as pessoas trocarem dinheiro. Tanto que, até o fim de junho, mais de 264 milhões de chaves foram criadas nas mais de 760 instituições de pagamentos autorizadas a operar com o sistema. São mais de 263 milhões de chaves de pessoas físicas e outras 11 milhões de pessoas jurídicas. É nesse cenário que o iniciador de pagamentos entrará, com a promessa de facilitar ainda mais as transações monetárias entre pessoas e empresas.
De acordo com o BC, a liberação dos iniciadores de pagamento será no dia 30 de agosto. Na prática, a partir desta data, será possível comprar algo em um aplicativo de ecommerce, por exemplo, e pagar com o Pix sem a necessidade de abrir o aplicativo de um banco. É algo próximo ao que já vimos com o WhatsApp Pay, que foi implementado em maio. No caso do iniciador, quem estiver enviando dinheiro (comprador) precisará fazer uma autenticação no app do banco, mas o redirecionamento acontecerá na própria janela de conversa com a instituição que receberá o pagamento.
Resumindo: hoje, são necessárias, em média, 7 etapas para que um usuário conclua um pagamento via Pix para um ecommerce. São ações que ele faz entre sair do app da loja, entrar no app do banco, copiar e colar o QR Code, etc. Com o iniciador de pagamento, a ideia é que sejam necessárias apenas 3 etapas para finalizar a transação. Mas para isso, a loja deverá atuar com uma licença de iniciadora de pagamentos ou se associar a empresas que atuarão dessa maneira.
Iniciador de pagamento alinhado à agenda do Open Banking
Como disse o chefe e consultor da gerência de gestão e operação do Pix, Carlos Eduardo Brandt, os ajustes do Pix necessários para incorporar este novo serviço estão alinhados com a agenda do Open Banking. A ideia por trás da novidade também é democratizar ainda mais as transações financeiras e dar mais alternativas aos usuários, reduzindo o tempo e as etapas de um pagamento.
Segundo o Banco Central, nada impede as empresas de cobrarem uma taxa pelo uso do serviço, mas isso não deve acontecer. Afinal, se as transações via iniciadores embutirem qualquer valor a mais, a tendência é que os usuários simplesmente migrem para o app de seus bancos para fazer a transação por lá de graça.
Para dar tempo de adaptação às empresas, o Banco Central escalonou o cronograma para iniciadores de pagamento da seguinte maneira:
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30 de agosto de 2021: inserção manual e chave Pix;
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30 de setembro de 2021: diretamente pela instituição que prestar o serviço de iniciação;
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01 de novembro de 2021: QR Code estático e dinâmico.
Também em 1º de novembro, será disponibilizada a possibilidade de efetuar um agendamento a partir da iniciação.
Casos de uso do iniciador de pagamento
O serviço de iniciação no Pix ocorrerá quando a instituição que presta o serviço de iniciação for diferente da instituição que detém a conta do usuário pagador. Assim, para que o Pix seja feito a partir do serviço de iniciação, será necessário que o usuário dê o consentimento ao compartilhamento do serviço. Essa etapa é regida pelas regras definidas no âmbito do Open Banking.
Diversas dinâmicas poderão ser utilizadas no serviço de iniciação. Por exemplo, ao realizar uma transferência utilizando um aplicativo específico fornecido pelo iniciador (aplicativos de gestão financeira, de mensagens, redes sociais, etc.), será possível iniciar um Pix a partir do próprio aplicativo, que direcionará o usuário automaticamente para o aplicativo de seu banco para apenas autenticar a transação.
Outro caso possível é a partir de uma compra on-line em um site ou no uso de aplicativos de delivery, transporte e compra de mercadorias. Com o iniciador de pagamentos, em vez de ler um QR Code ou copiá-lo e colá-lo no App do banco, o usuário será levado diretamente para a tela de autenticação da transação no aplicativo do seu banco e, após a conclusão da transação, voltará imediatamente e de forma automática para a loja virtual ou App.